terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Tic

O tempo aperta teu braço,
homem moderno,
balança tua escrita
e faz oscilar as tuas pernas.
         
O tempo aperta
e teus braços,
homem moderno,
honram-se de não te deixar
esquecer as palavras.

O tempo teu,
homem moderno,
aperta-lhe os braços
e vacilas enquanto buscas
apoio para tuas mãos.

O tempo,
homem moderno,
o tempo é teu
e não há braços,
nem pernas,
nem olhos,
nem nada
que te permita
esquecer o tempo,
homem moderno.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Basta

entre as pernas
vacilas e não queres sentantes
os teus sentidos exalam
parede afora rastros
não desejas ilusões
seu pensamento é cinza
veja
teu chão
teu corpo
tuas colunas
cada linha tua padece
já aborrecida pela cinzensatez
da vida metropolitana

quando é o fim
pensas na coca-cola
no papai noel
e enche o mundo com aqueles
estranhos tons de magenta
que vibram, berram e dizem
amor

mas entre as pernas
vacilas e repete
não queres sentantes
já estas aborrecida de tanto
mundo