terça-feira, 19 de abril de 2011

um Fôlego

da nuvem falada
de olhos blindados
há lágrimas
cálidas de luz
polifonia
de nada infinito
meloclástica
efemeridade apoética
aporia
ria sim (calado na espreita de uma noite)
ria sim (chorando em um esconderijo escaleno)
não têm

terça-feira, 12 de abril de 2011

Da insitência

Era como um esconderijo de difícil acesso. Pouco iluminado. Caminho escorregadio.
Era como se fosse inexistente. Assim preferia. Quase sempre abandonado. Mofado.
Fazia-se escuro. Incomodava-se com os ecos, com a ventilação. Queria silêncio.
Mal sabia a cor do mundo. Desconhecia temperaturas. Escolhia suas fantasias.
Titubeava olhar para fora. Ameaçava criar outras possibilidades. Logo recuava.
Seu medo era invasor, transgressor, perturbador. Paralisava. Impedia.
Mas tinha algo ali que não dormia. Que insistia. Que provocava.
Havia uma falta. Uma angústia.
Um desejo...