quarta-feira, 20 de julho de 2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

Recordações Futuras

foi muito bom viajar amanhã, casar, ter filhos, família, comprar um cachorro e um tigre (que fingia ser de porcelana) para brincar no quintal. foi muito bom conhecer o mundo, ter todas as garotas e garotos, comprar carros e passagens de avião para dormir no sofá de casa. a muralha, as pirâmides, as geleiras, as cachoeiras, as chapadas, as trilhas, os acampamentos, os divertimentos, as rodas, os churrascos, os vôos, as aterrizagens e os canyons são coisas das quais nunca me lembrei. guardei aquele laço de bombom, ocre, que ela esqueceu sobre a mesa e era assim que a maior parte das histórias de amor terminarão.

foi muito bom estar com, viajar para, beber com, comer em, correr sobre, nadar na (e nu), trepar sobre e com, fazer sem e com, comprar, descomprar e nunca me vender por uma nota de Real. foi muito bom lembrar do que nunca me esquecerei. foi muito bom olhar no espelho e ver o que estava lá do outro lado. não era ninguém. foi muito bom fazer metafísica empírica e sentir que o nada era possível. foi muito bom obliterar o que não se repete. foi muito bom escrever com borrachas da direita para esquerda. foi muito e bom, mas não foi demais.

E, se mentisse, tudo seria a mais pura verdade proposional,

segunda-feira, 11 de julho de 2011

[Fuga nº1]

A chorar o passado
não se sai do lugar
A esperar o futuro
desleixa-se o presente
e de tão pura ambiguidade
vive o tempo
instantâneo generoso
a pulsar incessante,


À Vírginia Mota, em um dia feliz: o sol amanheceu dizendo que eu a amava,