Ela era o mundo.
mundo com luz avessa,
travessa,
sapeca,
Era a vírgula.
espaço entre e eterno
a pontuar movimento
pontuando não-ponto
Sob a fita crepe
sustentava azul
espelhava qualquer cinza
no seu interior
se era cor,
se era alguém,
se era, brilhava
e neste brilho de constelações
n'um rosto e n'um mundo
rolava entre utopias desfocadas
pulava entre andaimes abandonados
a correr
vergalhões no concreto
por tapumes
indiscretos entre
vigas e madeiras
sempre
o risco de cair
sofre
e era tanto atrito.
os vetores covardes
infringem-na a agir na inércia:
gravidade
no espaço infinito
ela consola o silêncio eterno.
induz-nos a uma oportunidade
- afirmar a precariedade
de alguma existência,
todos se apresentam, dizem seus nomes, seus lugares e seus tempos. todos se justificam, pois são muitos os seus erro. todos se confessam já que a culpa lhes incomoda. todos se declaram: amam uns aos outros, adoram a vida e são super positivos. todos dizem que serão breves como prerrogativa para se delongar. todos compartilham suas experiências para colaborar com o grupo. todos odeiam discussões. todos falam pois querem ser escutados. todos reclamam do barulho,
todos acham importante encontrar um fundamento para a existência. todos adoram ver televisão a noite. todos não gostam de filosofia e pensam que: todos têm de respeitar as opiniões de todos. todos estão com as vistas cansadas. todos odeiam avaliações por números. todos querem ser originais. todos usam palavras repetidas. todos acreditam que os números não mentem. todos sabem o que as coisas são. todos escrevem para serem famosos. todos querem aprender a tocar violão. todos aprenderão pintura. todos almejam uma existência artística. todos gostam de cachorros e julgam rebeldes os gatos.
todos amam e são amados. todos tornar-se-ão, algum dia, autosuficientes. todos obedecem a lei. todos flertam com o ilícito. todos viajarão o mundo. todos preferem não viajar muito. todos não querem mais o verbo, cansaram-se de repetir as palavras. todos, sempre todos,
bailam
todas elas
e eles todos
Ouvidos me boca
enquanto olhos
Nariz te língua
sem falar
no futuro
pretérito era
no presente
bailariam
versus
avesso
sem par
A Palavra me
a fala que engana embala a bala que fere a fala, desarma o punho que mata a palavra que embala a fala que engana. A fala é falo da palavra que ama a bala que sai da arma que faz a chama e a chama do falo é palavra em arma que dá a fala e nos fala que a chama do falo sempre se apaga mas a fala sempre se arma
entre a infinitude do mar
e rigidez da areia
esta lá
um rosto
a pensar
em contingência.
Se P, então Q.
Se P, Q? P Q (i)* *reductio ad adãoT. R.