sexta-feira, 19 de agosto de 2011

As palavras sem dia

E naqueles dias
quando a nuvem passar
e for agosto
pensemos no sol
nas suas mudanças de posição
pensemos no homem
e a constante acumulação do seu ser
esqueçamos de nós
e nos abracemos 
pois parece ser hora de silenciar
ouvir falar o que nunca se escuta
o sol de agosto 
as nuvens de agosto
agosto, seus climas
primavera e outono
tempo de seca 
tempo de chuva
na vastidão larga do mundo
tempo de se apaixonar novamente
mesmo que seja sempre 
pela pessoa que se ama
agosto de leão
um rugido largo, longo,
a amplificar amor para todos os cantos


do seu, 
com o sabor de sê-lo,

2 comentários:

  1. amigão, não se esqueça dos ipês amarelos que estão

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  2. ipês nossos
    das atlânticas
    que despertam primavera
    em nós
    cegos de invernos
    secos e amenos
    a esperar o dia

    lembro-me das manhãs
    das idas à escola,
    era um campo verde
    e um ipê amarelo,
    um céu rajado de brancos e azuis
    ou de baixa cerração
    sempre sobre a imagem abissante do sol

    sentia a generosidade do tempo
    entre os hexágonos de concreto
    que habitavam o chão

    a cerração, uma lata de tinta,
    eram todas as cores
    e nada era tão cinza,

    o céu,as tintas
    individuadas no fora
    cujo ponto de orgulho
    e recordação incessante
    pauta um ipê.

    se não houvesse ontologia
    seríamos mais livres
    para escrever e
    mais escravos parar viver,
    a poesia e seus tiques
    de liberdade

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