quando a nuvem passar
e for agosto
pensemos no sol
nas suas mudanças de posição
pensemos no homem
e a constante acumulação do seu ser
esqueçamos de nós
e nos abracemos
pois parece ser hora de silenciar
ouvir falar o que nunca se escuta
o sol de agosto
as nuvens de agosto
agosto, seus climas
primavera e outono
tempo de seca
tempo de chuva
na vastidão larga do mundo
tempo de se apaixonar novamente
mesmo que seja sempre
pela pessoa que se ama
agosto de leão
um rugido largo, longo,
a amplificar amor para todos os cantos
do seu,
com o sabor de sê-lo,
amigão, não se esqueça dos ipês amarelos que estão
ResponderExcluiripês nossos
ResponderExcluirdas atlânticas
que despertam primavera
em nós
cegos de invernos
secos e amenos
a esperar o dia
lembro-me das manhãs
das idas à escola,
era um campo verde
e um ipê amarelo,
um céu rajado de brancos e azuis
ou de baixa cerração
sempre sobre a imagem abissante do sol
sentia a generosidade do tempo
entre os hexágonos de concreto
que habitavam o chão
a cerração, uma lata de tinta,
eram todas as cores
e nada era tão cinza,
o céu,as tintas
individuadas no fora
cujo ponto de orgulho
e recordação incessante
pauta um ipê.
se não houvesse ontologia
seríamos mais livres
para escrever e
mais escravos parar viver,
a poesia e seus tiques
de liberdade