sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

12hs




ele poderia
naquele momento
pensar na beleza dela
amar-lhe a beleza
querer qualquer querer
fizesse ele radiar tudo
que quisessem

o interdito do não poder
era imposto pelo tempo
lhe atropelava o amor
para que ele se desse em silêncio

as horas do dia
nos píncaros do sol e
uma pergunta:
Estou bem assim?
e era o sol preocupado dos seus olhos
que recebiam a luz das palavras dele.

em poucos fonemas
toda rede imperiosa de Quereres
(o dizer, o pensar, o tocar, o querer, o estar, o qualquer)
atravessavam com a palavra o
corpo que era dela

o dia, em seus meios,
fazia um pedaço inteiro de felicidade
em meio ao trânsito
-Tráfico sujo e sedentário de
influências desmesurantes-
eles podiam dizer de amar
sem falar
na rouca ausência do verbo      
um mútuo mudo
caminhada na orla da praia
contemplação no alto da montanha
um diálogo a dois sem voz
e um pedido de eternidade


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