quinta-feira, 30 de agosto de 2012

destração

Os cavalos mostram-se
animais de fuga
no ego, no prego
ou no prelo
escondidos
marcham
sisudos, ávidos
a cuidar demasiado
de um si
desafinado

falta-lhes a lógica
das musas,
a canção
as notas várias
os cavalos
ah, os cavalos
ca val ga m
sem aprender
a cantar

pois,
na insegurança,
fogem calados
para o escuro
bem escuso
lado do ser

há pasto
e repasto infinito,
conversas
de marchas picadas,
de frases batidas,
e há fuga,
sempre a fuga

inseguros e
cansados
os cavalos dispuseram
os passos
passaram
a pensar na cavalgada.

assim  começaram
a carregar nos lombos
homens e sentimentos,
e aceitaram celas.

Mas a pampa ou a fraga
sempre estará ali
como convite eterno
ao nada inseguro
insinuante
que deseja disparar
seus ventos
sobre os dorsos febris,
selvagens e fugidios
daquele que marcha

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