Ela havia percorrido, pequena, involuntária, as intimidantes montanhas: as mãos desinteressadas em volta dela. Estas seguravam o copo sem saber querer soltá-lo ou agarrá-lo e, nessa cerimônia inexplicável, outras gotas tremiam como a primeira e, depois de alguns acúmulos e tensões,uma segunda gota precipitou-se.
E uma terceira.
E outras.
Até cessarem.
E as tais mãos desprenderam-se, líquidas, deslizando, e elevaram-se para tocar um rosto e molhá-lo. Toque morno, mas sem conforto, pois a boca do rosto disse: "Não são lágrimas".
E tudo secou por fim.
Densidade da palavra que me faz lembrar das imagens de "o Anticristo" do Lars von Trier!
ResponderExcluirDenso é esse seu elogio, rapaz!
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