sábado, 7 de julho de 2012

l

Obscena você,
seduz com essas linhas e curvas,
sibilando nas minhas orelhas.
Sim, você, no ponto,
fingindo-se interrogada pelo meu
olhar?
Não me diga que quer
que eu te reinvente?
Fica impressionada,
cheia de exclamações obsessivas!
Quer ler meus pensamentos
quando parece que
sou eu que leio os teus.

E se eu te abandono
na esquina dos nossos flertes
e viro a página,
parece ficar ofendida
porque não te dei a devida
atenção.

Obscena você, sim.
Não abandona os meus
sentimentos líricos,
cedendo os acentos
para o mundo de coisas
elipsadas no por vir.
Cheia de metáforas,
desvia-se e,
impudente,
insiste em estar
na linha
pra que qualquer que seja,
o trem
passe e encerre
a nossa já
desgastada relação.

Mas reticente,
roubo o teu corpo
e te renovo na fonte,
à espera de que isso
nunca mais volte a acontecer.
Por fim,
mesmo ciente de minha redundância,
alitero: obscena você,
que nunca vai se mostrar,
assim,
peladinha pra mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário